Em palestra na Etec Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, paleontólogos explicam importância da preservação e os milhares de anos de história contidos na descoberta.
Essa história começou em 2014, quando um osso de dois metros de comprimento foi encontrado em uma fazenda na divisa dos municípios de Alfredo Marcondes e Presidente Prudente, no oeste do Estado. Identificado como pelve de titanossauro, o fóssil seria de um animal que andou pela região há cerca de 80 milhões de anos.
“O esqueleto pertencia a um animal bastante grande, que pode ter chegado a 30 metros de comprimento. A peça constitui uma cintura pélvica, os ossos ilíacos”, conta o doutor em paleontologia André Eduardo Piacentini Pinheiro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Pesando 150 quilos, o fóssil só foi retirado do solo oito anos depois por uma força conjunta de pesquisadores da Uerj, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente (SP).
“Em 2022 foi anunciado que seria plantada batata-doce naquela área e a equipe se desesperou com a possibilidade de perder uma peça tão grande. Acionamos empresários parceiros da escola e conseguimos retirar a peça, que ficou abrigada aqui na escola até agora”, conta o diretor da unidade, Thadeu Henrique Novais Sposito.
‘Compreensão da evolução do mundo‘
Protegida por uma camada de gesso, a maior pelve de titanossauro já encontrado no Brasil foi preservada em um depósito da Etec, até que fossem encontradas as circunstâncias ideais para transporte ao Rio de Janeiro. Antes, porém, a equipe de paleontólogos fez uma apresentação formal da ossada aos estudantes para ressaltar a importância da preservação histórica. “Na palestra foram tratados fatos históricos, o processo de preservação e a importâncias de fósseis animais e vegetais para compreensão da evolução do mundo”, comentou o diretor.
Ainda neste mês, o material deve ser transportado para as unidades educacionais do Rio de Janeiro, para pesquisa e posterior exposição ao público. No interior de São Paulo, porém, fica o legado de cidadãos mais conscientes e preparados para os próximos achados arqueológicos. “Como instituição educacional, formamos jovens que atuarão em breve no mercado de trabalho. Conscientizar esses alunos sobre a maneira certa de preservar e comunicar a presença de fosseis é fundamental”, diz o diretor.