Estudo publicado na revista Current Biology analisou mais de 8 mil fósseis para entender se asteroide foi único fator para a extinção dos dinossauros.
Um novo estudo publicado na revista Current Biology reacende o debate sobre o que realmente causou a extinção dos dinossauros. Há décadas, pesquisadores discutem se a colisão de um asteroide há 66 milhões de anos foi a única responsável pelo desaparecimento dessas criaturas ou se elas já estavam em declínio por outros fatores, como intensa atividade vulcânica.
Agora, cientistas da University College of London (UCL), no Reino Unido, afirmam ter encontrado evidências de que o impacto cósmico, de fato, pode ter sido o único responsável pelo extermínio dos dinossauros — e que, sem ele, talvez essas espécies ainda existissem hoje.
De acordo com o portal O Globo, o estudo analisou mais de 8 mil fósseis da América do Norte referentes aos 18 milhões de anos anteriores à colisão. À primeira vista, os dados sugerem um declínio das populações por volta de 75 milhões de anos atrás. No entanto, os autores argumentam que essa queda aparente está ligada à escassez de registros fósseis no final do período Cretáceo, e não a uma diminuição real da diversidade de espécies.
“Esse tem sido um tema debatido há mais de 30 anos — os dinossauros estavam condenados e já em declínio antes de o asteroide atingi-los? Nós analisamos o registro fóssil e descobrimos que a qualidade do registro de quatro grupos de dinossauros (clados) piora nos seis milhões de anos finais antes do asteroide”, explicou Chris Dean, principal autor do artigo e pesquisador do Departamento de Ciências da Terra da UCL.
Baixa probabilidade
Segundo ele, a probabilidade de encontrar fósseis desse período é mais baixa, mas isso não significa que os animais já estivessem desaparecendo. “Logo, nossas descobertas sugerem que, ao menos nessa região, os dinossauros podem ter estado em situação melhor do que se pensava anteriormente nos momentos que antecederam o impacto, possivelmente com uma diversidade de espécies maior do que vemos no registro fóssil bruto”, acrescenta.
Alessandro Chiarenza, coautor do estudo, reforça: “Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no fim do Mesozoico. Se não fosse pelo asteroide, eles talvez ainda compartilhassem este planeta com mamíferos, lagartos e seus descendentes sobreviventes: as aves.”
Os cientistas estudaram fósseis de quatro grupos específicos de dinossauros: Ankylosauridae (como o Anquilossauro), Ceratopsidae (como o Tricerátopo), Hadrosauridae (como o Edmontossauro) e Tyrannosauridae (como o Tyrannosaurus rex).