Descoberta de fóssil que deu origem ao Museu de Paleontologia de Monte Alto, SP, completa 40 anos

Fêmur de Titanossauro do Campestre foi encontrado por Elvira Franciosi, que pastorava gado em uma área próxima ao sítio da família, em abril de 1985. Depois do achado, escavações apontaram mais 30 fósseis no local.

Em uma manhã de abril de 1985, Elvira Aparecida Franciosi, então estudante de História e Geografia, descobriria algo que colocaria Monte Alto (SP) no mapa do mundo da paleontologia.

Ela pastorava o gado em uma área próxima ao sítio da família, quando algo entre as rochas chamou a atenção.

Elvira ainda não sabia, mas estava diante de um fóssil de dinossauro, o primeiro encontrado na região e que, posteriormente, daria início ao Museu de Paleontologia de Monte Alto, um dos mais importantes da América Latina.

"Eu tinha muita vaca de leite, então, tirava o leite e levava o gado pastorear naquele [campo] aberto lá, onde não tinha uma casa. Pastorava o gado lá. Eu estava a cavalo e descia do cavalo para ficar olhando. Então, eu encontrei o fóssil".

A rocha onde o fóssil estava, ficava em uma valeta que se formou por conta da erosão do solo.

O ponto exato foi coberto pelo asfalto ao longo dos anos, mas Elvira sabe bem como identificar: é uma mancha bem ao lado da sinalização de solo 'Pare'. (veja imagem abaixo)

A área, antes tomada pela terra, virou o bairro residencial Jardim Paulista, e ficou conhecida como Estrada do Campestre, porque é caminho para o clube de lazer de Monte Alto.

Depois do primeiro fóssil encontrado por Elvira, equipes de escavações descobriram outros 30 no mesmo local.

Anos mais tarde, pesquisadores identificaram que todos eles se tratavam de fósseis do Titanossauro do Campestre, uma espécie de dinossauro herbívoro que viveu na região de Monte Alto entre 70 e 83 milhões de anos.

'Sabia que não era osso de boi'

 

Elvira tinha 20 anos na época que encontrou o primeiro fóssil. Hoje, aos 62, ela lembra do dia em que tudo aconteceu e diz que a única certeza que tinha era de que não se tratava de um osso comum.

As escavações no local duraram quase cinco anos. Como Monte Alto ainda não tinha um museu, cada fóssil encontrado era armazenado nas casas de Antônio Celso e Cledinei Aparecido Francisco, que tinha 16 anos à época e fazia parte da equipe.

"A gente se reunia para caçar dinossauros, ficava sábado e domingo. Ficamos meses para retirar. Foram várias etapas, pelo menos quatro ou cinco etapas de grandes escavações. Até que, então, finalzinho de 1990 a gente vai acabar com todo o cenário das escavações", diz Cledinei.

Pedido especial ao prefeito

 

Coordenadora do Museu de Paleontologia de Monte Alto, Sandra Tavares conta que a criação do museu só foi possível por conta do esforço político de Antônio Celso.

Depois de muitos fósseis armazenados na própria casa, a mulher do professor começou a pedir que eles fossem retirados do local. Antônio Celso, então, passou a insistir por um espaço diretamente com o prefeito da época, Elias Bahdur.

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