Cientistas acham fóssil de possível nova forma de vida na Terra

Os cientistas explicam fatores para considerar o fóssil como uma nova forma de vida, mas comunidade diverge.

Anteriormente, cientistas acreditavam que um fóssil de um antigo organismo descoberto em 1843 era um fungo gigante. Porém, um novo estudo em pré-impressão levanta a possibilidade de uma nova forma de vida na Terra. E por “nova”, queremos dizer “novidade”, pois o fóssil pode ter sido de um ramo desconhecido da árvore-da-vida, mas extinto antes mesmo da ciência descobri-lo.

Prototaxites é o nome da “novidade”, que viveu entre 420 e 375 milhões de anos atrás, sendo a primeira forma de vida gigante a habitar a Terra.

 


 

Segundo cientistas, a antiga nova forma de vida da Terra chegava a ter até 8 metros de altura e um metro de largura. Por isso, em 1843, quando descobriram o fóssil, paleontólogos acreditaram encontrar troncos de coníferas, divisão de plantas que inclui os pinheiros.

Em 2007, pesquisadores de Stanford concluíram que, com base nos isótopos de carbono, o fóssil era uma espécie de fungo.

Agora, um estudo publicado no último dia 17, por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram que o Prototaxites não era um fungo. Além disso, o organismo não se encaixa em nenhuma das linhagens de formas de vida existentes na Terra.

 


 

O estudo, que ainda aguarda revisão por pares, analisou o fóssil da espécie Prototaxites taiti, descoberta na Escócia. Essa espécie é consideravelmente menor que as outras do grupo, crescendo somente alguns centímetros.

A estrutura do P. taiti tem formato de tubos, assim como fungos, mas esses tubos se conectam e se ramificam de maneiras diferentes de fungos, de acordo com o estudo.

“Comparações químicas entre essa espécie e o primeiro fóssil do Prototaxites, revelaram uma assinatura química completamente diferente das que os fungos deixam durante o processo de fossilização”, diz o estudo.

 


 

Os cientistas identificaram componentes químicos mais similares aos produtos de fossilização da lignina, polímero orgânico presente nos tecidos de plantas lenhosas.

A pesquisa afirma que o grupo dos Prototaxites possui três características principais:

  1. a formação de diferentes tipos de tubos de estruturas multicelulares;
  2. uma composição rica em compostos similares aos da lignina, mas diferentes da matéria orgânica de plantas;
  3. o modo de se alimentarem de matéria orgânica em decomposição.

De acordo com os cientistas, esses três fatores posicionam o Prototaxites como uma nova forma de vida da Terra, já que não há registros similares em linhagens vivas.

Será que o fóssil é uma nova forma de vida da Terra? Cientistas debatem

Os cientistas se recusaram a comentar sobre o estudo com a imprensa, conforme aponta o New Scientist, justificando a falta de revisão científica por pares.

Aliás, os cientistas não sabem como o Prototaxites entrou em extinção. Eles sugerem que a espécie foi superada por fungos ou pela rápida proliferação de arbustos e árvores.

Kevin Boyce, que liderou o estudo de 2007 que classificou a espécie como fungo, afirma que a informação filogenética do estudo, de fato, remove o Prototaxites da filogenia dos fungos. Contudo, Boyce não acredita em uma nova forma de vida pela extinção do fóssil na Terra há milhões de anos.

“Talvez seja um fungo ou não, mas, certamente, representa um novo experimento com multicelularidade complexa extinta e não possui ancestrais comuns com qualquer organismo vivo atualmente”, destaca.

Contudo, outros cientistas alertam para o risco de erro. Ainda existem muitos fatores não explorados para afirmar que o fóssil seja uma nova forma de vida da Terra.

Brett Summerell, especialista em fungos e diretor do Jardim Botânico de Sydney, na Austrália, ressalta haver pouco material para concluir que o fóssil seja uma nova forma de vida da Terra.

“A conclusão de que a espécie é desconhecida cria clima de mistério, que, provavelmente, não será resolvido até a descoberta de mais fósseis ou o desenvolvimento de novas técnicas de análises”, finaliza.

DescobertaEstudoNoticias

Deixe um comentário